Tudo começou em Veneza - 1950, quando a condessa Amália Nani
Moncenigo, que estava com uma anemia severa, pediu a seu velho amigo Giuseppe
Cipriani, que lhe preparasse um prato com carne crua (rica em ferro). A
exigência feita pelo médico da condessa, que tentava curá-la de uma severa
anemia. Aquela não foi uma tarefa fácil, pois naquele tempo existia um grande
preconceito em relação ao consumo de carnes cruas. Entretanto, a receita acabou
sendo um sucesso absoluto e recebeu esse nome por estar havendo na cidade uma
exposição do pintor renascentista Vittore Carpaccio, muito conhecido por usar
em todos os seus quadros luminosos tons vermelhos, lembrando a cor da carne
crua. Dessa receita que surgiu meio que por acaso. Nada deu tanto prestígio a
Giuseppe quanto aquelas lâminas muito finas de carne crua, acompanhadas de
molho à base de mostarda.
O tempo passou e, hoje, há já muitas variantes daquela
primeira receita - agora também usando lâminas de peixe, frutos do mar,
legumes, até queijo. E, como acompanhamento, molhos diversos - sendo mais
comum, entre nós, um feito com azeite, mostarda, limão, alcaparra, salsinha,
sal e pimenta, polvilhado com lâminas de queijo parmesão.
Essa receita que surgiu meio que por acaso, só chegou ao
Brasil na década de 70, trazida por Massimo Ferrari, para seu restaurante em São Paulo - o
"Massimo", é claro.
Ainda hoje você pode degustar, na ruazinha tranqüila da
Calle Vallaresso nº 1232, fica o Harry's Bar - de Giuseppe Cipriani, um
carpaccio que será servido com a mesma receita criada pelo velho Giuseppe
Cipriani, pois seu filho - Arrigo Cipriani – teve o cuidado de conservar casa,
decoração e cardápio.
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